Impulso Jovem precisa-se!
Luís Baptista* - luisbaptista.net@gmail.com
Seja por preconceito geracional, por fundamentações
dogmáticas sobre a irreverência juvenil ou por simples subestimação da nossa
capacidade e qualificação, o papel da juventude na sociedade está sempre
reservado para um dia longínquo, dizem-nos sempre que somos o futuro do País, o
amanhã que tarda em vir, reprimindo, atrasando ou adiando o contributo e o
papel que temos de assumir, e já! A juventude é presente, o nosso contributo,
as nossas opiniões, as nossas angústias, bem como as nossas propostas, têm de
ser ouvidas, e agora. Dêem-nos esse espaço, a bem da democracia e do País,
senão nós mesmos, com a nossa força e combatividade vamos reconquistá-lo!
Precisamos de um impulso jovem que reforce o nosso papel
enquanto actores políticos, mais participativos e interventivos, colando-nos na
vanguarda da luta por uma vida feliz, num País de paz, justiça social,
progresso e liberdade.
Na Educação, assistimos ao abandono em massa de estudante
universitários, fruto do contínuo aumento das propinas e das despesas inerentes
à frequência da universidade. O repetido desinvestimento no Ensino Superior,
traduzido nos cortes aos apoios às faculdades, ameaça encerrar inúmeras
universidades e privatizar inúmeros sectores na educação. O objectivo é claro:
tornar o Ensino Superior acessível ao menor número de jovens e elitizar a sua
frequência.
No Trabalho, assistimos ao crescimento galopante do
desemprego jovem, a rondar os quarenta porcento. Verificamos um fenómeno de emigração
em massa de quadros jovens recém-licenciados, a banalização da precariedade,
dos falsos recibos verdes e dos estágios não remunerados. O que precisamos não
é de mais um mau programa de estágios, de um lobo explorador que veste uma
ilusória pele de empregabilidade, servindo apenas para perpetuar a precariedade
e forjar dados estatísticos.
Na Cultura, assistimos a uma deliberada tentativa de
secundarização do seu papel, bem como do desempenhado pelos agentes culturais
na formação integral dos indivíduos. A pretexto da crise, fecha-se o Ministério
do Cultura, despromovido a Secretaria de Estado, e cortam-se nos apoios à
produção cultural. Recusam a nossa criatividade, censuram a nossa produção
cultural e intelectual, reduzem e encerram esquipamentos e espaços culturais,
boicotando assim o fomento do espirito crítico e do pensamento livre,
indispensáveis ao desenvolvimento integral dos seres humanos e à promoção de
uma cidadania plena.
Para nós o futuro, não mais do que o presente, apresenta-se
negro, restando-nos caminhar de curso em curso, formação em formação, estágio
em estágio, de call-center em call-center, até ao desemprego final.
Para inverter este caminho, torna-se premente que, como
alguém disse um dia, “Tomemos nas
nossas mãos os destinos das nossas vidas”. Precisamos
de um impulso jovem capaz de fazer transbordar a manifestação de 2 de Março, e
que prossiga em todas as manifestações e todas as lutas, gerando uma maré de
jovens impossível de ser parada em nome de um País, com um presente e um futuro
melhores. A mobilização e organização urgem como únicas alternativas para
alterar o rumo da governação e derrotar a política de direita. IMPULSO JOVEM –
PRECISA-SE!
*Estudante de Ciência Politica e Relações Internacionais na
FCSH-UNL e Dirigente Associativo Juvenil. O autor colabora pontualmente no Blogue
da Associação Iniciativa Jovem.
Muito Bom!!
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